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No último Sábado, dia 8 de Junho o Observatório Astronômico participou do evento Espiando a Lua na Luneta realizado em São José dos Campos por iniciativa do Observatório Astronômico da Univap. O evento consiste num encontro anual de Astronomia e observação do céu onde instituições da área e astrônomos amadores disponibilizam seus equipamentos para que o público realize observações.

As condições meteorológicas favorecerem o evento que contou com céu limpo a maior parte do tempo. Os visitantes puderam observar diversos corpos celestes como: a nossa Lua, os planetas Júpiter e Saturno, diversos aglomerados estelares como a Caixinha de Joias e Ômega Centauri e estrelas duplas, dentre outros.

No total, foram 4 horas e 30 de evento, que além de observações contou com diversas palestras. Dentre os palestrantes estavam Guilherme Santos Lemes com a palestra intitulada "Atividades Espaciais no Brasil" e Suzanne Cristine que fez uma apresentação sobre monitoramento de meteoros e sobre o projeto Exoss. Ambos são voluntários no Observatório do IAE.

A equipe do Observatório agradece o convite feito pelo Observatório da Univap para participação no evento e agradece também o Instituto de Aeronáutica e Espaço pelo apoio fornecido com relação a logística.

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Fotos do evento. Fonte: Equipe do Observatório.

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Nos dias 05 e 06 de Abril o Observatório Astronômico participou do evento Science Days realizado em São José dos Campos por iniciativa do Instituto Alpha Lumen. O evento consistiu numa mostra internacional de ciência e tecnologia e contou com a participação de diversas Agências Espaciais como a AEB , a NASA e a Agência Espacial Europeia e Institutos de Pesquisa como o IEAv, o INPE e o LNA.

Essa foi a terceira edição do Science Days, evento inspirado no Dia do Espaço da Flórida, que busca popularizar as áreas do grupo STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, e Matemática). A idéia é motivar o empreendedorismo entre jovens e estimular a sua atuação na ciência e tecnologia. O evento tem ainda um forte cunho aeroespacial devido aos diversos expositores da área.

No seu estande, a Equipe do Observatório apresentou maquetes de foguetes, telescópios, vídeos educativos, vídeos de meteoros e coleções de meteoritos. O objetivo foi divulgar diversos conceitos de astronomia e ciências a fim, além de convidar o público a visitar o Observatório Astronômico. O estande contou com diversos visitantes que puderam se aprofundar nos tópicos apresentados.

O Observatório Astronômico agradece ainda o grande apoio que recebeu do DCTA e do IAE com questões de logística, da ADC do CTA contribuiu com camisetas e banner para o evento e dos voluntários que prontamente aceitaram doar parte de seu tempo para participar do evento. Sem esse suporte prestado, a participação do Observatório Astronômico não teria sido possível.

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Fonte: 1° Ten Souza

Uma jovem alemã encontrou a mais antiga e fria estrela anã branca conhecida envolta por anéis de poeira espacial. As estrelas anãs brancas são os restos da morte de estrelas similares ao nosso Sol. O mistério é que a teoria prediz que anãs brancas tão antigas não deveriam ter discos de poeira espacial ou anéis. Astrônomos buscam uma explicação para esse fenômeno. A estrela, LSPM J0207+3331, ou simplesmente J0207 como é chamada pelos especialistas, está forçando pesquisadores a reconsiderar modelos de sistemas planetários e pode nos ajudar a aprender sobre o futuro distante do nosso sistema solar.

Você pode estar imaginando como uma jovem entusiasta de astronomia e que não é uma astrônoma profissional descobriu uma estrela dessas. O fato é que ela está participando de um projeto de citizen science ou ciência-cidadã. Nesse tipo de projeto, pessoas comuns, em geral entusiastas de ciência, contribuem com pesquisas científicas profissionais. Foi o que aconteceu com a alemã Melina  Thévenot.

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Esta ilustração mostra como seria um asteroide sendo quebrando pela intensa gravidade J0207. Fonte: NASA’s Goddard Space Flight Center/Scott Wiessinger.


 A jovem é voluntária no projeto de citizen science Backyard Worlds: Planet 9 da NASA. Ela estava procurando nos arquivos do GAIA da ESA por anãs marrons, objetos muito grandes para serem planetas e muito pequenos para serem estrelas, quando ela notou J0207. Quando ela olhou na fonte dos dados infravermelhos do Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA, ela viu que era muito brilhante e distante para ser uma anã marrom. Inicialmente pensou que os sinais de infravermelho eram só dados incorretos. Thévenot repassou suas descobertas para a equipe do Backyard Worlds: Planet 9. Ai então, os especialistas contactaram o colaborador Adam Burgasser na Universidade da Califórnia, San Diego para obter observações adicionais com o telescópio Keck II no Observatório W. M. Keck que fica no Havaí.

“Esse é um aspecto realmente motivante da pesquisa,” disse Thévenot, uma dos mais de 15000 cientistas-cidadãos no projeto Backyard Worlds. “Os pesquisadores vão mover os seus telescópios para observar mundos que eu descobri. O que eu mais gosto é a interação com o fantástico time de pesquisa. Todo mundo é muito gentil e eles estão sempre tentando fazer o melhor com as nossas descobertas”.

As observações do Keck ajudaram a confirmar as propriedades singulares da J0207. Agora cientistas estão voltados para descobrir como essas descobertas poderão ser explicadas por seus modelos.


Entendendo o enigma.

J0207 está localizada há cerca de 145 anos-luz de distância, na constelação de Capricórnio. Estrelas anãs brancas esfriam lentamente a medida em que elas envelhecem e usando a temperatura da superfície o time do Backyard Worlds calculou que a J0207 tem aproximadamente 3 bilhões de anos idade. O forte sinal de infravermelho obtido pelo WISE – o qual mapeou o céu inteiro no infravermelho – sugere a presença de poeira espacial, fazendo J0207 a mais antiga anã branca com poeira conhecida até agora. Anteriormente, discos de poeira e anéis tinham sido observados em anã brancas com cerca de um terço da idade da J0207.

 

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Esta animação mostra uma sequência de imagens contendo a estrela anã branca J0207. Fonte: Backyard Worlds: Planet 9/NASA’s Goddard Space Flight Center

Quando uma estrela do tipo do nosso Sol esgota seu combustível, ela incha se tornando uma gigante vermelha, ejeta pelo menos metade de sua massa e deixa como resto uma estrela anã branca bem quente. Durante o curso da fase de gigante vermelha, planetas e asteroides próximos a estrela são engolidos e incinerados por ela. Planetas e asteroides mais distantes sobrevivem, mas se movem para longe a medida que suas órbitas se expandem. Isso acontece por que a quando a estrela perde massa, sua influência gravitacional nos objetos próximos é significativamente reduzida.

Este cenário descreve o futuro do nosso sistema solar. Daqui a aproximadamente 5 bilhões de anos, Mercúrio, então Vênus e talvez a Terra serão engolidos quando o nosso Sol se tornar uma gigante vermelha. Durante centenas de milhões de anos, o sistema solar interior será limpo e os planetas restantes serão movidos para órbitas mais distantes.

Ainda algumas anãs brancas – entre 1 e 4 por cento – apresentam emissões infravermelhas indicando que elas são rodeadas por discos de poeira espacial e anéis. Cientistas pensam que a poeira pode estar vindo de asteroides distantes e cometas que foram atraídos para perto da estrela devido a interações gravitacionais com planetas deslocados. Quando esses pequenos corpos se aproximam da estrela anã branca, a atração gravitacional intensa da estrela faz com que eles se esfacelem, num processo conhecido como tidal disruption (ruptura por maré, em livre tradução). Os  fragmentos formam então um anel de poeira que vai lentamente espiralando em direção superfície da estrela.

“Esta estrela anã branca é tão antiga que, qualquer que seja o processo que está alimentando seus anéis com material, deve estar operando por bilhões de anos.” diz John Debes, astrônomo do Space Telescope Science Institute em Baltimore. “A maioria dos modelos matemáticos que os cientistas criaram para explicar os anéis em volta de estrelas anãs brancas só funciona bem até 100 milhões de anos, então até agora esta estrela está realmente desafiando nossa compreensão sobe como sistemas planetários evoluem.”

Debes comparou a população de cinturões de asteroides em volta de anãs brancas a grãos de areia em uma ampulheta. Inicialmente, existe um fluxo constante de material. Os planetas os perturbam e, com isso, lançam asteroides rumo a anã branca que acabam sendo despedaçados, alimentando assim o disco de poeira com material. Mas com o tempo, os cinturões de asteroides se tornam escassos, justamente como os grãos de areia na ampulheta. Eventualmente, todo o material no disco cai na superfície da anã branca. Por isso, anãs brancas mais velhas como J0207 deveriam ser menos propensas a ter discos de poeira ou anéis.

Uma possível explicação é que o anel da J0207 pode ser, na verdade, vários anéis. Debes e seus colegas sugerem que poderiam ser duas partes distintas, um anel fino exatamente no ponto onde as forças de maré da estrela trituram os asteroides e um anel mais largo próximo a anã branca. Missões futuras como o James Webb Space Telescope da Nasa podem ajudar os astrônomos a entender melhor a constituição desses anéis.

 

Adaptado por 1° Ten Souza de Jeanette Kazmierczak, Citizen Scientist Finds Ancient White Dwarf Star Encircled by Puzzling Rings, 2019. Acesse o artigo original aqui.

Astrônomos fotografaram dois planetas recém-formados ao redor da jovem estrela PDS 70, que se encontra a 370 anos-luz da Terra.

 

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PDS 70 é o segundo sistema multiplanetario a ser visualizado diretamente. Através da combinação de ótica adaptativa e processamento de dados, os astrônomos são capazes de cancelar a luz da estrela central (marcada pelo diagrama de estrela branco) para revelar os dois exoplanetas existentes. Fonte: ESO and S. Haffert (Leiden Observatory).

 

PDS 70 é o segundo sistema multiplanetário a ser visualizado diretamente até agora, depois do HR 8799, o qual possui quatro planetas conhecidos. Mas os planetas da HR 8799 são completamente formados, enquanto os da PDS 70 ainda estão crescendo e cavando uma lacuna no disco de gás e poeira com circula a estrela.

“Esta é a primeira detecção exata de um sistema de dois planetas formando uma lacuna em um disco”, salienta o coautor do estudo, Julien Girard, do Space Telescope Institute em Baltimore, EUA.

A descoberta sugere que planetas recém-formados são a causa dos espaços entre os discos de poeira que vem sendo observados em sistemas estelares jovens, diz o membro da equipe que realizou o estudo. Pela ação da gravidade, os planetas vão capturando material do disco da estrela e, nesse processo, eles limpam parte do disco de poeira gerando a lacuna observada. Como consequência os planetas vão ganhando massa. Por isso, o processo de formação desses planetas ainda não terminou.

“Com equipamentos como o ALMA (Atacama Large Millimiter/submillimiter Array), Hubble ou grandes telescópios ópticos em solo com ótica adaptativa, nós vemos diversos discos cheios de anéis e lacunas”, diz Girard. “A questão em aberto tem sido é se há planetas lá. No caso estudado, a resposta é sim.”

A estrela PDS 70 tem cerca de 6 milhões de anos de idade. Seu disco possui uma grande lacuna, a qual se estende de 3 bilhões a 6 bilhões de quilômetros da estrela. Em 2018, astrônomos descobriram um planeta gigante gasoso chamado PDS 70b próximo a borda interna dessa lacuna, a cerca de 3.2 bilhões de quilômetros de sua estrela. Isso dá aproximadamente a mesma distância entre Urano ao Sol, no nosso sistema solar.

Girard e seus colegas – liderados por Sebastiaan Haffert, do Observatório de Leiden na Holanda, estudaram PDS 70 em Junho de 2018 usando o MUSE (Multi Unit Spectroscopic Explorer), um instrumento existente no VLT (European Southern Observatory’s Very Large Telescope) no Chile. Os pesquisadores também analisaram arquivos de observações feitas pelo próprio VLT.

MUSE detectou e visualizou PDS 70b, o qual Haffert e seus colegas estimaram ter entre 4 e 17 vezes a massa de Júpiter. O instrumento também detectou um planeta previamente desconhecido próximo a borda externa da lacuna, a cerca de 5,3 bilhões de quilômetros da estrela.

O planeta recém-encontrado, PDS 70c, está tão distante de sua estrela quanto Netuno está no nosso Sol. O estudo estima que PDS 70c é um gigante gasoso igual ao seu irmão, e tem de 1 a 10 vezes a massa de Júpiter.

 

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A concepção artística acima mostra dois exoplanetas gigantes gasosos orbitando a jovem estrela PDS 70. Esses planetas ainda estão crescendo por meio da acresção de material proveniente do disco de poeira. Nesse processo, os planetas criam uma região sem poeira no disco, chamada de lacuna. Fonte: J. Olmsted (STScI).

 

Haffert disse que o time ficou bastante surpreso com a descoberta de PDS 70c, porque os pesquisadores estavam usando o MUSE num novo modo de observação que foi projetado para observar aglomerados estelares e galáxias.

“Mas este novo modo também é apropriado para visualização de exoplanetas, o que não era um dos objetivos iniciais do instrumento”, completa Haffert.

Astrônomos poderão aprender mais sobre o sistema da estrela PDS 70 e sobre nascimento de planetas em geral a partir de novos observatórios, tais como o James Webb Space Telescópio, que tem lançamento agendado para 2021. O Wide Field Infrared Survey Telescope, um telescópio da NASA com lançamento estimado para meados dos anos de 2020 pode também observar o sistema, completa o líder do time de pesquisadores.

 

Adaptado por 1 Ten Souza de Mike Wall, Rare Sight! 2 Newborn Alien Planets Spotted Around Distant Star, 2019. Acesse o artigo original aqui.

O Science Days é uma mostra internacional de ciência e tecnologia inspirada no Dia do Espaço da Flórida. O evento conta com estandes de diversas instituições internacionais e nacionais como a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA), Agência Espacial Brasileira (AEB), IEAv, dentre vários outros. Neste ano, o IAE por meio do Observatório Astronômico contará com um estande no evento.

O objetivo do Science Days é promover a importância da ciência e tecnologia para o desenvolvimento da sociedade. No evento os visitantes terão acesso a telescópios, modelos de foguetes, softwares educativos, robos, drones, workshops, simulações, palestras dentre várias outras atividades. O evento ocorrerá nos dias 5 de Abril, Sexta-Feira, das 9 às 18 horas e no dia 6 de Abril, Sábado, das 10 às 20 horas, é gratuito e aberto ao público em geral.

 

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O estudo dos instantes iniciais do Universo é um campo de pesquisa ativo da Astronomia atual. Porém não é uma tarefa fácil. As distâncias envolvidas fazem com que a luz emitida por objetos celestes antigos seja muito tênue. Existe uma alternativa que são os quasares bem antigos, que surgiram a menos de um bilhão de anos do Big Bang.

 

 

Esses quasares são, na verdade, buracos negros supermassivos, ativos nos núcleos galáticos. Esses buracos negros devoram grandes quantidades de matéria e emitem uma grande quantidade de luz no processo. Isso faz com que eles sejam tão luminosos quanto galáxias inteiras e, por tanto, alvos perfeitos a grandes distâncias.

 

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Quasares são buracos negros ativos no centro de galáxias distantes. Fonte: ESO/M. Kornmesser.

 

 

Frequentemente esses quasares, apesar de muito brilhantes, ainda são muito apagados pois são muito antigos e distantes. Por isso, para vê-los é necessário uma ajuda a mais. Eles passam a ser visíveis através de lentes gravitacionais.

 

Uma lente gravitacional ocorre quando a gravidade de um objeto entre o quasar e o observador é suficiente para curvar a luz fazendo o efeito similar ao de uma lente. Com isso, a luz de objetos distantes é intensificada.

 

Como os quasares estão muito distantes, deve haver muitos objetos celestes massivos entre eles e os observadores aqui na Terra. Logo deveriam haver muitos para serem observados. Porém, levou muito tempo para encontrá-los. O primeiro foi ser descoberto somente esse ano. Mas por quê?

 

Os astrônomos localizam quasares baseados numa pré-seleção de objetos celestes. Essa triagem inicial é feita a partir das cores que os quasares devem ter. Se o objeto não tem essas cores ele não é considerado um candidato a quasar.

 

De fato, o mistério dos quasares antigos estava nessa pré-seleção baseada em cores. Os astrônomos descobriram que as lentes gravitacionais alteram as cores dos quasares, o que fazia com que esses passassem desapercebidos na triagem inicial.

 

Outro problema é que muitos quasares ampliados por lentes gravitacionais aparecem tão próximos de suas lentes gravitacionais que não podem ser distinguidos a menos que se use um telescópio de alto nível, como o Hubble, por exemplo. Muitas vezes, a galáxia que serve de lente gravitacional é identificada, mas o quasar não.

 

A solução para esse problema é a utilização de novos telescópios como o WFIRST, que deve estar disponível na próxima década. Esse telescópio terá uma precisão comparável ao Hubble, mas com um campo de visão muito maior. Isso vai permitir que ele encontre muito mais quasares dos que é possível atualmente.

 

Com a descoberta do efeito das lentes gravitacionais nas cores e com os futuros novos recursos, os astrônomos acreditam que encontraram vários desses quasares antigos, o que deve ajudar muito na compreensão dos períodos iniciais do Universo.

 

 

 

Adaptado por Ten Souza de Korey Haynes, Astronomers might soon get more glimpses into the early universe, Astronomy Magazine, 2019. Acesse o artigo original aqui.

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