Quase 20 anos após seu lançamento em 14 de Outubro de 1997, a nave não-tripulada Cassini prepara-se para um mergulho fatal na atmosfera de Saturno no dia 15 de Setembro de 2017. Antes de entrar em órbita de Saturno, a nave aproximou-se de Vênus (por duas vezes) e da Terra, valendo-se de seus puxões gravitacionais para acelerá-la em direção ao Sistema Solar Exterior. Em dezembro de 2000, a Cassini encontrou Júpiter e finalmente, em 30 de Junho de 2004, após quase 7 anos de jornada, entrou em órbita de Saturno - seu destino final.
O legado científico da Cassini é vasto. Ainda em 2004, a sonda Huygens - desenvolvida e construída pela Agência Espacial Europeia (ESA) - que viajou acoplada à espaçonave principal, mergulhou na lua Titã, realizando o primeiro (e até o momento, único) pouso em um corpo do Sistema Solar Exterior. Até então, Marte era o objeto mais distante onde um artefato humano havia pousado.
Na sequência da missão, descobertas surpreendentes e confirmações de modelos anteriores foram constantes. Entre os principais resultados estão a descoberta da existência de um oceano de de água salgada e a presença de monóxido e dióxido de carbono na lua Encélado e a confirmação da existência de um mar de metano líquido em Titã.
Os objetivos primários da missão foram atingidos até Maio de 2008, mas a missão foi prolongada até 2017 e finalmente se aproxima do glorioso fim. Em seus 13 anos em volta do planeta gigante, além de registrar e enviar imagens deslumbrantes, a nave coletou e analisou partículas do meio interplanetário, dos anéis e das atmosferas do planeta e de seus satélites. Obteve dados de campos magnéticos, descobriu novos satélites e realizou passagens inéditas através dos anéis.
Como é usual, imagens brutas obtidas pelas câmeras da nave são disponibilizadas para tratamento pelo público ( https://saturn.jpl.nasa.gov/galleries/images/ ) e os resultados enviados pelos astrônomos amadores são publicados em https://saturn.jpl.nasa.gov/galleries/amateur-images/ .
Em seu dramático fim, batizado de Grand Finale, a nave fará uma útlima passagem pelo satélite Titã e será impulsionada em direção ao interior de Saturno, enviando dados científicos até perder contato com a Terra e ser esmagada pela atmosfera do planeta gasoso. Cada órbita do glorioso desfecho de uma das mais bem sucedidas empreitadas da ciência no Sistema Solar pode ser acompanhada em detalhes no site da missão em https://saturn.jpl.nasa.gov/mission/grand-finale/grand-finale-orbit-guide/ .