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Página inicial > Observ noticias > Colisão de Estrelas de Nêutrons Confirma Previsões e Esclarece Mistérios da Astrofísica
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Concepção artística da colisão de estrelas de nêutrons na galáxia NGC 4993 a 130 milhões de anos-luz,  a primeira detectada simultaneamente através de ondas gravitacionais e radiação eletromagnética. [imagem: University of Warwick/Mark Garlick ]

 

Uma fonte de ondas gravitacionais foi observada pela primeira vez por telescópios ópticos seguindo sua detecção por interferômetros de detecção gravitacional, anunciaram várias instituições de pesquisa ligadas à astronomia- incluindo a Sociedade Astronômica Brasileira e o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidade de São Paulo (USP) - em coletivas de imprensa realizadas nesta Segunda-feira (16/10) .

Prevista pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein, publicada há mais de 100 anos, a existência de ondas gravitacionais só recebeu comprovação observacional em setembro de 2015, quando o evento batizado de GW150914 foi detectado pelos sensores do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria Laser (LIGO), nos EUA. O feito garantiu o prêmio Nobel de Física de 2017 aos professores Rainer Weiss (Massachusetts Institute of Technology), Barry C. Barish (California Institute of Technology) e Kip S. Thorne (California Institute of Technology).

O evento registrado em 17 de agosto de 2017, batizado de GW170817, foi a quinta detecção confirmada de uma fonte de ondas gravitacionais e foi observado pelos interferômetros LIGO, nos EUA, e VIRGO, na Itália.

Cerca de dois segundos depois da detecção gravitacional, os observatórios orbitais de raios gama INTEGRAL e Fermi, observaram explosões de raios gama originadas na mesma região do céu. A partir daí, telescópios em solo passaram a buscar um correspondente óptico do fenômeno na região do céu delimitada pelas observações gravitacionais e de raios gama. A busca encontrou uma nova fonte luminosa na galáxia NGC 4993, a 130 milhões de anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Hidra.

O Brasil participou ativamente da campanha de observação com o telescópio T80-Sul, instalado no Cerro Tololo (Chile) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Observatório Nacional (ON).

 

Galáxia NGC 4993 observada antes e após o evento GW170817. [imagem: ESO/N.R. Tanvir, A.J. Levan e VIN-ROUGE ]

 

As observações são coerentes com a colisão de duas estrelas de nêutrons, os núcleos densos remanescentes de estrelas passivas que explodiram em supernova. Estrelas de nêutrons são os objetos celestes mais densos observáveis, com até três massas solares, mas confinadas em um raio de até 25 km. A colisão das estrelas de nêutrons em NGC 4993 produziu uma quilonova - uma violenta explosão com o brilho de 1000 novas. A existência de quilonovas havia sido sugerida há três décadas, mas esta é a primeira observação confirmada do fenômeno. 

Traços de ouro, platina e outros elementos químicos pesados recém sintetizados foram detectados no espectro da quilonova, confirmando também a previsão teórica de que é neste tipo de evento cataclísmico que estes elementos são formados.

 

Evolução da Quilonova na Galáxia NGC 4993 observada pelo telescópio espacial Hubble. [imagem: NASA/ESA. A. Levan (U. Warwick), N. Tanvir (U. Leicester) e A. Fruchter e O. Fox (STScI) ]

 

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