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Página inicial > Observ noticias > Ondas Gravitacionais: Uma nova era na astronomia.
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Representação artística da colisão de duas estrelas de nêutrons (E) e a distorção do espaço-tempo ao redor da colisão (D). [imagem: Karan Jani/Georgia Tech Center for Relativistic Astrophysics ]

 

A detecção de ondas gravitacionais causou uma revolução na forma de enxergarmos o universo. Essas ondas, previstas pelo físico alemão Albert Einstein, são pequenas vibrações no espaço-tempo que viajam na velocidade da luz. Como o sinal gerado por esta onda é extremamente pequeno, mesmo em eventos catastróficos como colisão de buracos negros, até mesmo o próprio Einstein duvidou de que um dia seria possível sua detecção.

Em 17 de agosto de 2017, pouco mais de 100 após a publicação da teoria de Einstein, os detectores gêmeos LIGO, nos Estados Unidos, e VIRGO, na Itália, não só detectaram as ondas gravitacionais geradas pela colisão de duas estrelas de nêutrons como também conseguiram formar um arranjo capaz de localizar onde ocorreu este evento no espaço, fazendo com que telescópios do mundo inteiro pudessem apontar nesta direção.

Ao contrário do que acontece numa colisão de buracos negros, onde não é emitida radiação visível, a colisão de estrelas de nêutrons emitiu radiação em um amplo espectro, incluindo raios gama, raios X e luz visível. Permitindo que observatórios no solo e em órbita pudessem identificar um correspondente visual da fonte de ondas gravitacionais. O mais sensacional é que em relação a esta detecção pôde ser observada a formação de elementos químicos pesados, como ouro e platina. Além disso, foi possível estudar com detalhes nunca antes vistos aspectos como o giro, a massa, energia irradiada, entre outros, e comprovar teorias que estavam em aberto sobre estrelas de nêutrons. No momento, estamos esperando descobrir qual o produto final desta colisão, podendo ser um buraco negro ou uma estrela de nêutrons.

Esta não foi a primeira detecção de uma emissão de ondas gravitacionais, porém foi a mais importante até o momento, pois este foi o primeiro evento desta natureza a ser observador por vários tipos de telescópios. A comprovação da existência das ondas gravitacionais e sua detecção associada a correspondentes ópticos, observados de forma detalhada por telescópios em vários comprimentos de onda é um divisor de águas na ciência contemporânea, é um marco que expande os horizontes da astronomia observacional, abrindo uma nova era da astronomia de ondas gravitacionais.

 

[Texto de Ivana Cunha]

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